terça-feira, 1 de novembro de 2011

The Diplomat

No, this is not the name of a new movie, it's just what I feel a translator (and an interpreter) should be. Lately I've done some work on translation, and one of those was to translate keywords (as in search engine keywords) into portuguese. My employer provided me with some long lists of keywords, and wanted me to translate them into Portuguese, maintaining the cultural meaning. Well, that's pretty much the same thing as saying he wasn't interested in automatic translation, he actually wanted them to have a cultural equivalent.

As I was working, I was focused on what I was doing, but afterwards, it got me thinking. Machine translation maybe all good and nice and a quick way to clarify something, but it won't replace the human translator because it can't match the cultural meanings, just words. That's it. But the truth is, the Superbowl doesn't mean anything to Portuguese people, be it in Portugal or in Brasil, but if you say Final do Campeonato de Futebol, well, it does have a similar meaning, it is a similar event.

So, the translator needs to be a diplomat. A translator needs to match not only the words, but also the cultural meanings behind the texts that one is working on. And also, the obvious one, it needs to be carefull to maintain the same message. Being a diplomat means you stay faithfull to your client needs while making sure that the target audience understands what it's being asked.

That being said, the translator is above all, a diplomat between languages, in my humble opinion.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dia Internacional do Tradutor


Dia 30 de setembro é o dia internacional do tradutor, e tenho que admitir que em toda a minha pesquisa sobre esta minha paixão, nunca tinha encontrado nenhuma menção a isto. Mea culpa, muito provavelmente.

O dia 30 de setembro foi escolhido por ser o dia de S. Jerónimo, padroeiro dos tradutores (novamente tenho que confessar a minha ignorância e admitir que não fazia ideia que os tradutores tinham um santo padroeiro). Mas convém referir que São Jerónimo não é exclusivo dos tradutores, partilhamos o santo com os bibliotecários e as secretárias. Historicamente o nome do senhor era Eusébio Sofrónio Jerónimo, e foi ele o primeiro a traduzir a Bíblia do hebraico e grego para o latim, sendo que  edição dele, a Vulgata, é ainda o texto biblico oficilal da Igreja Católica Romana. No entanto, não é um santo exclusivo da Igreja Católica Romana, mas também da Igreja Ortodoxa Oriental, onde é conhecido como Abençoado Jerónimo.

Mas o que é exatamente um tradutor? A definição mais genérica é alguém que converte material escrito de uma língua para outro, sendo que um intérprete será alguém que converte material falado. Addpesar de haver algumas ligações entre os dois, um não substitui o outro de forma alguma. Segundo variados autores, os melhores intérpretes não são, por norma, bons tradutores, e vice-versa, quanto mais não seja porque no seu percurso formativo uma àrea não tem necessariamente contato com a outra.

Ser bilingue é indispensável para um bom tradutor, no entanto, alguém bilingue ainda necessita de desenvolver as capacidades e a experiência necessárias para traduzir, assim como competências na àrea em que quer exercer. Para além disso há também a questão cultural. Um tradutor tem que ter em atenção os aspetos culturais da língua para qual está a traduzir, assim como a capacidade de análise linguística para conseguir tratar de um texto particularmente díficil, por exemplo.

Outra questão muitas vezes levantada é a questão da formação. Num texto de Danilo Nogueira (este em específico) ele refere que não há 2 tradutores (bons pelo menos) que tenham um percurso formativo comum, apesar de atualmente a grande maioria já ter algum tipo de formação universitária. No entanto, há autores que indicam que talvez isso não seja tão importante como uma habilidade natural, mas que pode ser tratada obviamente. Algo comum entre vários tradutores é que há que amar as linguas com as quais vamos trabalhar, assim como a nossa própria. A única exceção a esta regra é para quem trabalha com material altamente especializado, basta pensar que cada àrea tem a sua gíria própria, por vezes até mesmo uma sintaxe específica.

Não há um período específico para que alguém se sinta pronto e se possa chamar a si próprio de tradutor. Além de ser um trabalho constante de aprendizagem e atualização, há também que saber usar as diversas ferramentas que estão ao dispor de cada um.

Há também a questão já amplamente debatida entre fidelidade ao texto original, e a forma mais fácilmente legível na língua de chegada. Já todos lemos algo que era tão obviamente traduzido que soava estranho, ou que tinha demasiados estrangeirismos para ser compreensível. A melhor tradução será aquela que ninguém identifica como sendo uma tradução. No entanto a escolha entre estes dois pólos deve ser do cliente.

Um bom tradutor acaba por ser um diplomata da linguagem, sensível às diferenças culturais e linguísticas das duas culturas, mas sem perder de vista o objetivo que tem que atingir.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Especialização em tradução

"Everyone in the translation industry seems to agree that translators these days must specialize."
Atualmente isto parece ser uma verdade absoluta, sendo que os principais motivos para esta necessidade são as crescentes áreas de conhecimento (e o crescente conhecimento dentro de cada àrea), e também a própria internet.

Se pensarmos em todas as áreas que existem, é virtualmente impossível a uma só pessoa ter o conhecimento necessário para traduzir todo e qualquer tipo de documento de forma eficaz e, simultaneamente, em tempo útil.

A Internet ajuda a colmatar esta questão, visto proporcionar o acesso a informação mais especializada, no entanto também tem os seus aspetos negativos, nomeadamente o aumento do número de tradutores a que cada cliente tem acesso de forma fácil e rápida. Para o tradutor, também aumenta o número de clientes e aumenta a velocidade de entrega de trabalhos.

No entanto a questão continua na mesa: o que quer dizer exatamente "especialização" quando falamos de tradução?

Segundo o American Heritage Dictionary, especialização é "to train in or devote oneself to a particular area of study, occupation or activity", enquanto que no Oxford Dictionary a definição diz que especialização é "to concentrate on and become expert in a particular subject or skill". No entanto, visto que estamos a falar tradução, especialização deveria ser a focalização em um ou mais campos e não tentar traduzir qualquer documento que lhe apareça à frente.

No entanto, e visto que a tradução é uma àrea muito vasta e desorganizada, definir o que é exatamente especialização torna-se ainda mais difícil. No entanto há outros motivos, como o facto de não haver nem um percurso comum a todos os tradutores assim como também não há um standard que possa ser aplicado a todos. Como foi dito antes, também há diversas áreas a ter em consideração, como já foi mencionado. Ou seja, uma especialização em Tradução é muito diferente de uma especialização em Medicina, Engenharia, Biologia, Física ou Química.

Convém também não retirar o mérito aos tradutores mais generalistas. Um tradutor especialista, devido a focar a sua atenção em algumas áreas em específico, pode não ter as capacidades linguísticas de um tradutor mais "generalista" que tende a focar-se mais nessa mesma área. Nesse sentido, também há que questionar como se delimitam as diferentes áreas de especialização, não existe uma "taxonomia" que ajude na categorização dos conhecimentos.

O tradutor "generalista" acaba por ser vítima de algum preconceito por parte dos tradutores especializados, mas convenhamos que isso não deixa de ser injusto, se pensarmos que noutras áreas os generalistas são pessoas que encaminham o seu trabalho para outros (por exemplo, o médico generalista). Os documentos que não requerem nenhum conhecimento profundo de nenhuma área podem ser considerados “generalistas”, contudo podem não ser os mais fáceis de traduzir.

Não obstante, o termo "especialista" é usado e abusado por todo o lado, quer por tradutores freelancer quer por agências de tradução. Tendo em conta o número de áreas de especialização e o número de idiomas a serem dominados em cada área, é virtualmente impossível que uma pequena empresa ou um individuo possam reclamar o domínio de todas as áreas.
Despite what many people seem to think, translators almost never need to be experts in the fields in which they translate.
A validade da informação é da responsabilidade do autor do texto. O tradutor necessita apenas do conhecimento básico dos conceitos da área, das ferramentas de pesquisa e dos termos usados na língua para a qual ele está a traduzir. Isto acaba por permitir a especialização em diferentes áreas, não podendo ser crescida a importância crescente da tecnologia na tradução.

Outro dos mitos patentes na indústria da tradução é que a maioria dos documentos necessita de especialização numa dada área. Na realidade a grande maioria dos documentos a serem traduzidos não requer especialização, mas sim conhecimento geral da área abordada. O que o tradutor realmente necessita é de conhecimento geral do assunto a traduzir e alto conhecimento das línguas com as quais trabalha, assim como das ferramentas que necessita utilizar.
Being able to translate highly specialized documents is becoming less a question of knowledge and more one of having the right tools.
O que é realmente necessário na indústria da tradução é avaliar a definição de especialista dentro desta indústria, tendo em vista a expansão do conhecimento e das tecnologias da informação, sendo também necessária a definição de uma taxonomia que possa refletir as áreas de especialização.



Baseado no artigo Specialization in Translation de Charles Martin